30/10/2007

the SEA and CAKE-Shrimp Boat

The Sea and Cake na Zé dos Bois: Melancolia SolarengaJoão Moço Já com catorze de anos de carreira, só agora os The Sea and Cake se estrearam em Portugal, perante uma sala esgotada onde apresentaram o novíssimo «Everyday» para agrado de todos, não esquecendo outras canções marcantes da carreira do grupo. Em disco as canções dos The Sea and Cake soam sempre agradáveis, mas maior parte das vezes não chegam a níveis extraordinários. No entanto ao vivo elas crescem, assumem uma força e energia bem maiores que atingem o público e mexem com ele. Várias foram as vezes que o vocalista Sam Prekpop e o guitarrista Archer Prewitt com as suas guitarras iam criando linhas melódicas quase exóticas, por onde nos deixávamos levar. Ambas as guitarras casavam-se na perfeição com as suas divagações entre melodias de travo indie-rock, algum blues e post-rock, sendo que a bateria a marcar maior parte das vezes um ritmo bem mais próximo do jazz, criavam ambientes solarengos, mas sempre contaminados por uma doce melancolia. Além desta melancolia solarenga que ao longo de quase uma hora e meia foi contaminando a pouco e pouco o público que esgotava a sala da Galeria Zé dos Bois, foi mais que perceptível perceber o quão bons músicos são os quatro membros dos The Sea and Cake. Mas não só de músicas do novo disco se fez o concerto de ontem na sala lisboeta, pois houve espaço para ouvirmos algumas das canções míticas da banda americana, como «Jacking the Ball», um dos grandes momentos do espectáculo e também um dos que foi recebido mais efusivamente pelo público. Poucas foram as palavras proferidas pela banda, mas tal também não foi necessário, a música falou por si. Em disco além das melodias pop suaves que vão beber muito ao post-rock e a algum jazz, podemos por vezes ouvir alguma experimentação por parte dos The Sea and Cake. Esta veia experimental foi ontem abordada com mais afinco para o final do espectáculo, até com uma carga mais rock do que seria de esperar, mas que agradou imenso a grande parte dos que estiveram presentes. Um concerto acima de tudo bonito pela doçura das canções e pela mestria como foram interpretadas. Bem mais experimentais foram os Litius, banda que esteve na primeira parte e que surpreendeu com muita experimentação, noise e drones hipnóticos. 28-10-2007

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