18/07/2009

A Censura da Parents Music Resource Center (PMRC)

Em meados dos anos 80 surgiu uma guerra contra o Rock e Heavy Metal, liderado por uma organização chamada PMRC. Formada por esposas de influentes políticos de Washington, o grupo causou uma verdadeira polémica no mundo da música. Seriedade e responsabilidade ou apenas uma idéia sem fundamentos criada por mulheres que se aproveitaram do poder de seus maridos? Dezembro de 1984, Tipper Gore, esposa do, então senador Al Gore ouvia junto com sua filha a banda sonorado filme “Purple Rain”. Uma das músicas contida nesta compilação era “Darling Nikki”, de Prince e ao ouvir a canção,ficou chocada com as referências a masturbação que esta continha. Começou a assistir diversos vídeos de rock com a sua filha, incluindo “Hot for Teacher” dos Van Halen, “Rock You Like a Hurricane” dos Scorpions e “Looks that Kill” dos Motley Crüe. A quantidade de sexo e violência contida nesses vídeos chocou-a: “As imagens assustaram meus filhos,e eu propria". A violência e o sexo foram demais para que ficasse-mos parados. Falou com várias de suas amigas para alertá-las sobre o facto, destacando-se Susan Baker, Pan Howar e Sally Nevius, esposas, respectivamente, do Secretário do Tesouro, James Baker, do Corretor Imobiliário de Washington, Raymond Howar e do presidente do Conselho Civil de Washington, John Nevius. Juntas formaram a PMRC (Parents Music Resource Center), cujo objectivo era alertar o público sobre “a crescente tendência na música a respeito das letras sexualmente explícitas, excessivamente violentas, ou glorificam o uso de drogas e do álcool”. PMRC atribuía ao Rock o aumento das taxas de violação e suicídio. Argumentavam que há uma estreita ligação entre o conteúdo das músicas e o suicídio de jovens. Para provar isso, usaram as músicas “Suicide Solution”, de Ozzy Osbourne, “Don’t fear the reaper”, dos Blue Oster Cult e “Shoot to Thrill”, dos AC/DC. “Suicide Solution” foi composta em homenagem a Bon Scott, que morreu devido ao excesso de bebida, “solução”, na música, se refere à solução líquida, no caso, a bebida alcoólica. “Don’t Fear the Reaper” aparentemente apenas fala sobre não temer a morte. “Shoot to Thrill” demonstra ser uma música sobre mulheres e sexo; atirar é usado apenas como metáfora. Estas interpretações errôneas demonstram a ”seriedade” da PMRC. Também era dito que a influência do rock nos jovens se dava pela decadência da família nuclear (família tradicional, composta por pai, mãe e filhos), que abalava a imunidade das crianças e adolescentes às influências externas. A primeira acção da PMRC foi mandar uma carta oficial à RIAA (Recording Industry Association of America).Obviamente ouve resistência da RIAA, e, com o intento de pressioná-los, era necessário que a PMRC buscasse destaque nos média. Para isso o grupo publicou no Washington Post uma lista com seis exigências de Tipper Gore e Susan Baker. 1 – Imprimir Letras nas capas dos álbuns. 2 – Manter capas explícitas embaixo das prateleiras. 3 – Estabelecer um sistema de classificação similar àquele nos filmes. 4 – Estabelecer um sistema de classificação para vídeos. 5 – Reavaliar o contrato de músicos que empregam violência e conteúdo sexual explícito nos palcos. 6 – Estabelecer uma vigilância nos média por cidadãos e editoras, que pressionaria meios radiodifusores a não levar ao ar “talentos-questionáveis”. Esses factos levaram à remoção de músicas e revistas de Rock de lojas americanas, incluindo o Wal-mart, J.C. Penney, Sears e Fred Meyer. A censura é uma das armas mais poderosas dos regimes totalitários, na castração da liberdade,e da criatividade.

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