28/10/2009

CHARLES BAUDELAIRE

Charles Baudelaire é considerado o introdutor da metafísica da droga no ensaio Paraísos Artificiais. O poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867), famoso magnífica obra “As flores do Mal”, reuniu-se com os amigos no luxuoso Hotel Pimodan,e desfrutou de haxixe, ópio e vinho. Paris 1845, um grupo de intelectuais do círculo de Roger de Bovoir, decidiu fundar uma sociedade secreta, onde poderia dedicar-se à meditação, à evasão e ao onirismo movido a drogas como o ópio e o haxixe. Os ilustres frequentadores de tal entidade eram Balzac, Delacroix e Alexandre Dumas, entre outros. O quartel-general ficaria no Hotel Pimodan, no centro da Cidade-Luz e levaria o singelo nome de Clube dos Haxixins. Um ano depois, o poeta Teóphile Gautier seria o primeiro a transformar aquelas famosas reuniões em folhetim, primeiro editadas na Revue des Deux Mondes, para serem finalmente publicadas em livro, sob o título de O Clube dos Fumadores de Haxixe. Paraísos Artificiais originalmente concebido a partir de um poema em prosa (Do Vinho e do Haxixe), foi somado a mais dois ensaios: o Ópio e o Poema do Haxixe. O titulo parte do princípio que as drogas que ele ingeriu lhe permitiam encontrar o Céu na Terra. Desde jovem, Baudelaire era viciado no ópio, que usava para suportar a dor causada pela sífilis (que o mataria). Os dois principais temas da obra são o Haxixe e o Ópio, drogas das quais o poeta filósofo se serve como de duas grandes imagens de fundo, às quais ele tenta como nunca ninguém ousou comparar e depois opor a natureza e o fundamento mesmo da poesia. As propriedades excitantes do cânhamo eram bem conhecidas do Antigo Egito e seu uso era muito difundido, sob diferentes nomes, na Índia, na Argélia e na Arábia Felix. Baudelaire recomenda:submeter-se à sua ação apenas em ambientes ou circunstâncias favoráveis. Sendo toda alegria e todo bem-estar superabundantes, toda dor e toda angústia são imensamente profundas. Não se submeta a uma experiência como esta se tiver qualquer assunto desagradável a tratar, se seu espírito se encontrar entediado, se você tiver uma conta a pagar. Tenha (...) alguns cúmplices cujo talento intelectual se aproxime do seu. Suponho que você teve a precaução de escolher bem o seu momento para esta expedição aventurosa. Você não tem deveres a cumprir que exijam a pontualidade e a exatidão; nenhuma tristeza de família; nenhuma dor de amor. É preciso ter cuidado. Esta infelicidade (...), esta lembrança de um dever que reclama sua vontade, sua atenção a um momento determinado envenenarão seu prazer. A inquietação será transformada em angústia; a tristeza, em tortura. Se observadas todas estas condições preliminares, o tempo estiver bom, se você estiver em um ambiente favorável, como uma paisagem pitoresca ou um apartamento poeticamente decorado se, além disso, você puder contar com um pouco de música, então tudo é para o melhor”.

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