28/01/2010

Morreu J. D. Salinger, o autor de The Catcher in the Rye


Morreu um dos meus escritores favoritos. O norte-americano J.D. Salinger morreu esta quinta-feira em New Hampshire, aos 91 anos, informou o filho do autor de «The Catcher in the Rye» («Uma Agulha no Palheiro») em comunicado.

Salinger vivia há décadas em reclusão na sua casa em Cornish, no New Hampshire,e recusava dar entrevistas.

Segundo o filho do escritor, Salinger morreu em casa de «causas naturais».

«The Catcher in the Rye», editado em 1951, é uma das obras marcantes da literatura norte-americana do século XX.

A obra foi alvo de várias edições em Portugal, tendo sido publicada com dois títulos diferentes: «Uma Agulha no Palheiro» e «À Espera do Centeio»

Jerome David Salinger nasceu em 1º de Janeiro de 1919 em Nova York. Filho de mãe com ascendência escocesa e irlandesa, e de pai judeu de origem polaca, um rico importador, cuja família viveu durante anos na Park Avenue, um dos lugares mais nobres da cidade, escreveu os primeiros contos na década de 1940, publicados em revistas como a "Esquire" ou a "New Yorker.

Assim como o personagem Holden, Salinger foi um estudante problemático e teve vários atritos pelas instituições por onde passou. Aos 15 anos foi enviado para uma instituição militar por causa de seu comportamento. Lá, com a ajuda de uma lanterna, começou a escrever escondido por baixo das cobertas até conseguir seu diploma.

Á Espera no Centeio, foi publicado em 1951, a história de alienação e rebeldia do heroi Holden Caulfield, ressoou imediatamente entre os jovens leitores. Relata a vida do adolescente Holden Caulfield entre a rica burguesia nova-iorquina, revelando o vazio social e os falsos valores encontrados pelos jovens da época. O livro foi traduzido para várias línguas e vendeu mais de 65 milhões de cópias.

Salinger estava recluso desde 1953, protegendo a sua privacidade ferozmente na pequena cidade de Cornish, no noroeste de New Hampshire.

O escritor publicou apenas alguns livros e colectâneas de contos na sua carreira, inclusive Nove Histórias, Franny e Zooey, Carpinteiros, Levantem bem Alto a Cumeeira e Seymour - Uma Introdução.

O último livro foi publicado em 1965.

Vizinhos em Cornish raramente o viam e ele nunca respondia a telefonemas ou cartas de admiradores. Assim, Salinger teria sido um desapontamento para seu personagem mais famoso.

"O que realmente me impressiona", disse Caulfield em Á Espera no Centeio.

"é um livro que, quando você acaba de o ler, deseja que o autor que o escreveu fosse um amigo incrível seu e que pudesse ligar para ele quando sentisse vontade".

A sua primeira publicação saiu em 1940 numa revista. Desse ponto em diante começou a escrever diversas histórias curtas de ficção.

Numa rara entrevista em 1980, Salinger, cuja última publicação foi lançada em 1965, afirmou que continuava a escrever regularmente. "Amo escrever, mas faço isso para mim mesmo, para meu próprio prazer. Gosto de ficar sozinho a fazer isso", disse.

A Espera no Centeio como referência
Um dos livros que marcou a história da literatura e a vida de diversas pessoas também é relacionado de forma obscura em alguns casos emblemáticos. Um dos mais famosos é de Mark Chapman, o homem que assassinou John Lennon. Chapman afirmou que estava a ler o livro minutos antes de cometer o suicídio e a obra teria-o inspirado a matar o músico.

Chapman, o assassino de John Lennon, era grande admirador da sua obra e transportava precisamente o livro «The Catcher in the Rye» quando atirou a matar sobre o ex-Beatle a 8 de Dezembro de 1980.
Já no filme Teoria da Conspiração, Mel Gibson vive um taxista psicótico que compra compulsivamente um volume de Á Espera no Centeio, por dia.

Em 2007, o escritor francês Frédéric Beigbeder tentou encontrar Salinger, numa jornada que ficou registada no documentário «Catching Salanger».

Livros publicados em Portugal

"À espera no Centeio" (Difel 2005)/"Uma Agulha no Palheiro" (Livros do Brasil, 1983)
"Franny e Zooey", (Bertrand, 1962)
"Carpinteiros, Levantem Alto o Pau de Fileira", (Bertrand 1964)
"Nove Contos", (Bertrand, 1966)

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