16/07/2011

MARINA ABRAMOVIC

"Para mim só existe performance se existe vida. Documentação não é necessária, livros com registros não são vida. Por isso criei a série Seven Ease Pieces (Sete Peças Fáceis), uma seleção de trabalhos da década de 70 que posso refazer eu mesma ou que artistas pedem autorização para interpretá-las", diz.

Marina Abramovic nasceu em Belgrado, em 1946. É uma performer que começou sua carreira no início dos anos 70. Ativa por mais de três decadas, ela recentemente começou a se descrever como a “Avó da arte da performance".

O trabalho de Marina Abramović subdivide-se em duas partes: “Corpo do Artista”, em que a performance é executada por ela mesma, e “Corpo Público”, no qual ela pede ao público que participe da performance.

“Nós não ensinaremos só os artistas; nós também queremos educar o público.”

O trabalho da Abramovic explora a relação entre a performer e o público, os limites do corpo, e as possibilidades da mente colocando em risco a própria vida em algumas obras como: em “Rhytm” (1974), trabalho no qual a artista se deita sobre uma estrela de cinco pontas em chamas e “House” (2002), no qual permaneceu 12 dias sem comer na galeria Sean Kelly, em Nova York.

As performances de Marina Abramovic ((Belgrado, 1946) sempre estiveram no limiar da situação-limite: houve alturas em que teve uma arma apontada à cabeça, outras em que se manteve em silêncio 700 horas seguidas, outras ainda em que pegou fogo ao seu próprio corpo (e também já se apunhalou, já se deitou nua numa cruz de gelo, já tatuou uma estrela comunista na barriga com lâminas de barbear, já se chicoteou). Na próxima edição do Festival Internacional de Manchester, que decorre de 30 de Junho a 17 de Julho 2011, Marina Abramovic vai morrer: os bilhetes para os cinco funerais da performer montenegrina (dias 9, 11, 13, 15 e 16 de Julho) já estão à venda no "site" do festival.

"The Life and Death of Marina Abramovic" é uma biografia da mãe fundadora da performance encenada por outro guru das artes performativas, Robert Wilson. Em palco, além da própria, estarão Willem Dafoe, o narrador do espectáculo, e Antony Hegarty (dos Antony & The Johnsons), convidado a compor a banda sonora. Depois da estreia, em Manchester, "The Life and Death of Marina Abramovic" terá apresentações em Madrid (2012), Basileia e Amesterdão (2013).

Na segunda metade da década de 1990, afetada pelos conflitos dos Balcãs, sua terra de origem, para as questões da Sérvia e Montenegro, realiza a obra que lhe rendeu o Leão de Ouro em Veneza, “Balkan Baroque” (1997), no qual sentada sobre uma pilha de ossos de vaca, a artista, durante 6 horas de quatro dias seguidos, limpa-os com água, sabão e uma escova de metal, arrancando-lhes os últimos pedaços de carne e entoando algumas canções originárias da Sérvia e das ex-repúblicas Iugoslavas.

“Uma das razões por que faço essa performance de longa duração no século XXI, é também uma reação à geração mais nova, porque ela se tornou uma espécie de vítima da vida apressada. Tudo tem que ser produzido para esse ideal da vida corrida, de forma que possa ser rapidamente consumido. E eu acho que nos tornamos vítimas também, a arte, o corpo, esse tipo de coisa, porque a arte é consumida rapidamente como qualquer outro produto, como qualquer outra mercadoria.”

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